Já passou um mês desde que estive em San Francisco no Google I/O 2010!
Embora com algum atraso, acho que ainda é interessante partilhar a minha experiência com o nosso GTUG.
Para alguém que passa o seu dia a dia a trabalhar com tecnologias Google, a conferência anual da companhia é algo semelhante a uma experiência religiosa: sempre muitas novidades, a hipótese de falar cara a cara com os Googlers com os quais ao longo do ano se interage apenas pela Internet, e muitas oportunidades para aprofundar o conhecimento de temas interessantes.
Na keynote do primeiro dia, a Google anunciou o WebM, codec de video que poderá vir a reunir o consenso da maioria dos browsers no mercado; isto foi recebido com um grande aplauso pela audiência. A sessão seguiu com destaque para HTML5 e companhia, e mais uma loja de aplicações, integrada no Chrome - é sempre bom ter novos canais para ganhar dinheiro, mas começa a ser difícil contar todas os canais de distribuição que o Google está a tentar lançar (o Android Market ainda não está 100% operacional em Portugal e em muitos outros paises, o Google Apps Marketplace ainda não faz cobranças…)
Já a versão "business" do Appengine, destinado a aplicações do tipo que actualmente correm nas intranets das companhias por este mundo fora, não despertou grande interesse na plateia - a sessão já estava bastante atrasada, e a sala já estava a esvaziar-se. É sempre um mau sinal, não conseguir agarrar a plateia até ao fim do espectáculo.
As sessões técnicas do primeiro dia foram variadas, algumas melhor conseguidas que outras, os vídeos já estão disponíveis no YouTube.
Robots, mais robots, aranhiços robóticos gigantes, Tesla roadsters, a presença do "Gajo dos Aviões de Papel", bebida à descrição para maiores de 21 anos… o evento "after hours", na mesma sala (enorme) das keynotes, correu muito bem.
No afterhours estava também o Jay Freeman, o Saurik do Cydia. Era difícil não reparar no iPad, em cima de uma mesa, com o texto "iPhone jailbreak" no ecrã.
Mesmo antes da conferência, a Google enviou para todos os participantes um Nexus One. Julgo que isto contribuiu significativamente para que houvesse menos iPhones visíveis no evento; não deixavam de estar em todo o lado (muitos iPads, também), mas pelo menos não estavam em maioria. O que, do ponto de vista da consistência, foi importante: a primeira parte da keynote do segundo dia, sobre as novidades no mundo Android, foi dedicada a atacar a Apple por meias palavras. Compreendo os ditados em torno do "inimigo do meu inimigo", mas julgo que não havia necessidade de ir tão longe na "luta pelo Flash" - citando Eric Schimitd, o CEO da Google.
Mesmo assim, as novidades no Android 2.2 eram muitas, e foram bem recebidas pela plateia. Bem recebida também foi a notícia que todos os participantes poderiam ir levantar um HTC Evo 4G, da Sprint, com uma série de capacidades técnicas impressionantes.
Utilizei-o nos dias seguintes em modo "personal hotspot"; as velocidades que obtive não são famosas - bastante piores que o que se obtém em Portugal com uma qualquer Pen 3G ligado ao computador - mas por outro lado o 4G não estava disponível em San Francisco. O telemóvel é CDMA, por isso em Portugal acaba por ser apenas uma mini-tablet Android :)
Com a Google TV aconteceu o que já tinha acontecido no dia anterior; a sessão atrasou, e muita gente começou a abandonar a sala. Não sei muito bem qual o estado actual da televisão interactiva nos EUA, mas a audiência, maioritariamente americana, não pareceu muito entusiasmada.
Salvou a apresentação a escolha de programação - os talks shows matinais conseguem ser ainda mais "divertidos" (no mau sentido da palavra) por estes lados do que por Portugal. Fiquei, por exemplo, a conhecer as preferencias de dieta do Nicolas Cage. O conjunto de CEOs de grandes empresas que se reuniram no palco também foi impressionante.
Nos corredores, ouvia-se falar do não-anuncio do dia: aparentemente não há qualquer "Google Pad" no horizonte. É pena.
A aplicação Android com a lista de sessões, mapas e outras informações sobre a conferencia foi um dos pontos altos. Espero que a ideia seja copiada no futuro - Google, porque não disponibilizar o código da aplicação?
Na lista de problemas, esteve a conectividade à Intenet. Aparentemente, nem o Google consegue dar wifi fiável a 5000 pessoas - muitas delas com vários telemóveis, portáteis e iPads.
Outro ponto menos conseguido foi a tentativa de utilização do Google Wave para gerir a participação da audiência nas sessões. Mesmo os oradores se confundiam com a sua utilização...
Em suma, foram dois dias intensos e bem passados, e para o ano certamente estarei de volta.
Pedro Morais - @pedromorais
Viva,
ResponderEliminarObrigado pela tua descrição do evento. Como alguém que usa e é interessado nas tecnologias da Google, ir a um evento destes é um desejo que pretendo concretizar num futuro próximo.
Luis Sismeiro
Sismeiro, iremos lá para os próximos dias 10 e 11 de Maio de 2011 para fazer a cobertura do evento eh eh
ResponderEliminarNunca se sabe. Era algo que também gostaria de fazer e é sempre bom ler este tipo de artigos que nos alicia ainda mais ir a um evento destes.